domingo, 9 de janeiro de 2011

O que é bullying e o que não é bullying


   Um dos meus primeiros trabalhos de iniciação científica foi sobre o bullying, em 2008. Na época, começaram a falar sobre isso com um pouco mais de frequência na mídia, mas mesmo assim quando falava disso eu encontrava muita gente que não sabia do que se tratava.
   Hoje, acredito que a divulgação sobre o assunto aumentou, mais livros e artigos foram lançados e a televisão constantemente exibe uma matéria ou noticia um caso sobre isso. A idéia está muito mais difundida no senso comum. No entanto, vejo que muitas pessoas não tem real clareza do que é o bullying, pois algumas utilizam o termo para falar sobre conflitos na escola de uma forma muito geral.
   O conceito de bullying segundo Constantini (2004, p.69) é:

  "Trata-se de um comportamento ligado à agressividade física, verbal ou psicológica. É uma ação de transgressão individual ou de grupo, que é exercida de maneira continuada, por parte de um indivíduo ou de um grupo de jovens definidos como intimidadores nos confrontos com uma vítima predestinada.
  Não são conflitos normais ou brigas que ocorrem entre estudantes, mas verdadeiros atos de intimidação preconcebidos, ameaças que, sistemativamente, com violência física e psicológica, são repetidamente impostos a indivíduos particularmente mais vulneráveis e incapazes de se defenderem, o que os leva no mais das vezes a uma condição de sujeição, sofrimento psicológico, isolamento e marginalização."

   Não escrevo apenas por ser chata com conceitos, mas também porque me preocupa um pouco que a questão perca um pouco sua validade se for tratada de forma generalizada demais, como por exemplo, a postura de muitas pessoas em achar que toda criança agitada tem Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e precisa logo tomar uma ritalina.
   Como colocam Guareschi et. al. (2008, p. 48) "o bullying, quando tomado como um fenômeno específico, com características definidas e precisas, pode ser diferenciado de outras formas de violência". Eventuais conflitos e brigas podem surgir dentro da escola, mas não se constituirem como bullying. Claro, são problemas que precisam ser encarados e resolvidos, mas podem ter outras origens, como um  desentendimento entre dois alunos ou uma discussão sobre o resultado de um jogo na aula de educação física. Já a natureza do bullying é outra: envolve preconceito, abuso de poder, intimidação, perseguição, crueldade e falta de limites. Como possui essas outras conotações, a forma de intervenção também precisa ser mais específica.
   Para saber mais sobre o fenômeno, além das referências bibliográficas deste post, recomendo o site: http://www.bullying.pro.br/

Referências bibliográficas

CONSTANTINI, Alessandro. Bullying: como combatê-lo. São Paulo: Itália Nova Editora, 2004.
GUARESCHI, Pedrinho; et. al. Bullying: mais sério do que se imagina. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2008. Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

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