Tudo bem, pensar que trilhões de bactérias dos mais diversos e nojentos tipos estão se arrastando na nossa pele não é nada agradável. Contudo, assim como não podemos sobreviver sem carbono, proteção contra doenças e a habilidade de digerir completamente os alimentos, não podemos sobreviver sem bactérias. As informações são do Life's Little Mysteries.
"É um desafio pensar sobre todas as formas com as quais elas nos ajudam porque tende a ficar cada vez mais complexo", diz à reportagem Anne Maczulak, microbióloga e autora do livro "Allies and Enemies: How the World Depends on Bacteria" ("Aliados e inimigos: como o mundo depende das bactérias", em tradução livre).
Na digestão, por exemplo, elas ajudam a "quebrar" e separar os nutrientes dos alimentos, como fibras. As bactérias ainda são a fonte primária do nosso organismo para algumas vitaminas, como biotina e vitamina K.
Na pele, a "floresta" de bactérias (cerca de 200 diferentes espécies vivem nessa região do corpo de uma pessoa normal, de acordo com pesquisa da Universidade do Estado de Nova York) domina o ambiente e seus recursos, impedindo que outras bactérias consigam se estabelecer.
Até as bactérias "malvadas" nos ajudam, pois ser exposto a elas é uma parte importante para o desenvolvimento do sistema imunológico do nosso corpo, ou seja, é um preparo para quando esse sistema terá que responder a invasores mais sérios.
Pesquisa do microbiólogo Gerald Callahan, da Universidade do Estado do Colorado, indica que crianças que são protegidas das bactérias têm maior chance de desenvolver asma e alergias.
Apesar de todos os benefícios, devemos lembrar que as bactérias também podem fazer mal, inclusive as que normalmente fazem bem. Segundo Callahan, uma das espécies que vivem na pele é um bom exemplo disso.
"Uma colônia de Staphylococcus aureus vivendo no braço pode ficar se conectando ao longo dele, povoando-o e impedindo a entrada de invasores sem prejudicar o corpo. Mas, se você se cortar ou se seu sistema imunológico estiver comprometido, essas bactérias podem causar uma infecção", diz o cientista.
Mas, apesar disso, elas são indispensáveis. Experimentos com porcos indicam, por exemplo, que, se esses animais crescem em um ambiente sem bactérias, eles ficam desnutridos e morrem cedo.
O número de bactérias no nosso corpo é normalmente estimado em 10 vezes o número de células. "Isto fez com que muitos cientistas nos descrevessem como mais bactérias que humanos", diz Maczulak. É estranho, mas "ajuda a visualizar como é grande o papel que esses organismos desempenham".
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