Depois do fiasco da COP-15, no ano passado, que terminou sem um acordo real para tentar combater o aquecimento global, o mundo aguarda ansioso pelo início da COP-16, na próxima segunda-feira, 29 de novembro. A 16° Conferência das Partes da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-16), será realizada em Cancún, no México, e apesar da ansiedade para o início dos trabalhos, o clima é desesperança sobre a realização de um acordo mais ambicioso.
Ontem, em entrevista coletiva, o vice-ministro para assuntos ambientais globais japonês, Hideki Minamikawa, disse que a forma como as negociações evoluíram neste ano indicam que não será alcançado algum acordo para reduzir pela metade até 2050 a emissão de gases do efeito estufa. Ainda na entrevista, Minamikawa afirmou que lamenta que alguns países, principalmente pela oposição da China e dos Estados Unidos, sejam incapazes de alcançar um acordo sobre a emissão de gases do efeito estufa.
Segundo o vice-ministro, o Japão vai apoiar as iniciativas para mitigar e adaptar-se aos efeitos da mudança climática com recursos financeiros, transferência de tecnologia e capacidade de construção.
O Governo brasileiro também não espera que grandes acordos sejam firmados em Cancún. Em entrevista publicada pela Agência Brasil, o diretor do Departamento de Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, afirmou que Cancun terá a missão de captar consensos políticos e transformá-los em ações operativas. Será uma COP de implementação, e terá um caráter menos legislativo que a reunião de Copenhague.
Ainda segundo Figueiredo, o único ponto da negociação climática que poderá ser fechado é a regulamentação do mecanismo de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (Redd).
O México, país anfitrião da COP-16, também descartou um acordo global sobre redução de emissões. O presidente Felipe Calderón, disse que após um “difícil, longo e complexo” processo de negociação de quase um ano, será muito difícil um acordo sobre redução de emissões, mas está convencido de que em Cancún pode haver avanços substanciais.
O Governo mexicano acredita que o Fundo Verde seja criado em Cancún. O Fundo serviria para apoiar as nações em desenvolvimento na luta contra a mudança climática. Segundo a ministra mexicana de Relações Exteriores, Patricia Espinosa, o fundo pode contar com US$ 100 bilhões anuais a partir de 2020 e seria destinado exclusivamente aos países em desenvolvimento.
A COP-16 poderá não ser um fiasco, afinal, ninguém espera a realização de um acordo mais ambicioso. Contudo, o clima até o momento de o “que vier é lucro” é decepcionante, e aumenta a desconfiança neste tipo de negociação. Resta aguarda o início dos trabalhos, mas sem grandes esperanças.
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