A taxa de analfabetismo da população brasileira tem diminuído gradativamente, mas não o suficiente para elevar o nível educacional no país. É isso o que revela o mais recente estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O documento intitulado Primeiras Análises: Situação da Educação Brasileira - Avanços e Problemas mostra que, ainda que a média de anos de estudo tenha subido, o país ainda tem 9,7% da população analfabeta, ou seja, cerca de 14 milhões de pessoas. De 1992 a 2009, esse número teve uma queda de 7,5 pontos percentuais, mas isso não se deu de maneira igualitária em todo o país. A diminuição mais acentuada ocorreu no Nordeste, cuja população analfabeta passou de 32,7% em 1992 para 18,7%, em 2009. "Essa região teve um impacto maior causado pelas políticas públicas destinadas à redução do analfabetismo, principalmente nos grupos de idade mais avançada, como programas de alfabetização. Ainda assim, o Nordeste concentra um número de analfabetos maior que a média nacional", explica Jorge Abrahão de Castro, diretor da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do IPEA. No estudo, chama a atenção também a estagnação do indicador nas demais regiões do país (acima).
...e o IDH
Os indicadores educacionais puxaram para baixo a colocação do Brasil no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O país ficou na 73ª posição entre 169 países avaliados (veja o gráfico acima). Nossa classificação no ranking é pior do que a de outros países sul-americanos, como o Chile e o Peru, devido a fatores como anos de escolaridade. A população brasileira adulta registra 7,2 anos de estudo, enquanto a do Chile tem 9,7, e a do Peru, 9,6. Segundo Flávio Comim, coordenador do Relatório de Desenvolvimento Humano Brasileiro, nações como o Peru podem ser mais pobres, mas vão melhor que o Brasil quando o assunto é o sistema educacional. "Para avançarmos, é necessário diminuir a evasão, o abandono e a repetência." ( nova escola ).
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