O cobiçado Prêmio Nobel da Paz de 2011 vai ser dividido por três mulheres: a jornalista e ativista iemenita Tawakkul Karmana, a presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, e a militante Leymah Gbowee, também liberiana.
A escolha é um forte sinal a favor da igualdade de direitos entre os gêneros, especialmente entre os países em desenvolvimento.
O anúncio foi feito nesta sexta-feira (07/10) em Oslo - Noruega, pelo comitê responsável pela organização e outorga do prêmio desde 1901, que é composto por cinco membros, escolhidos pelo Parlamento da Noruega.
Thorbjoern Jagland, presidente do comitê do Nobel, disse que as ganhadoras do prêmio foram "recompensadas por sua luta não violenta pela segurança das mulheres e pelos seus direitos a participar dos processos de paz".
- A esperança do comitê é de que o prêmio ajude a colocar um fim na opressão às mulheres que ainda ocorre em muitos países e a reconhecer o grande potencial para democracia e paz que as mulheres podem representar - disse o presidente do comitê.
- Não podemos alcançar a democracia e a paz duradoura no mundo se as mulheres não obtêm as mesmas oportunidades que os homens para influir nos acontecimentos em todos os níveis da sociedade - acrescentou Jagland.
Tawakkul Karman, ativista iemenita pró-direitos das mulheres, tem importante participação na chamada Primavera Árabe, movimento pró-abertura democrática que vem sacudindo politicamente vários países do mundo árabe desde o início do ano.
Em entrevista à TV Al Jazeera, ela disse que o prêmio é "uma vitória para todos os ativistas iemenitas", mas que a luta pelos direitos continua no país.
Segundo o comitê, "nas mais difíceis circunstâncias, tanto antes como depois da Primavera Árabe, Tawakkul Karman teve um papel importante na luta pelos direitos das mulheres, pela democracia e pela paz no Iêmen".
Ellen Johnson Sirleaf, hoje com 72 anos, conhecida como a "Dama de Ferro", foi a primeira mulher a vencer uma eleição democrática em um país africano, em 2005. Economista e mãe de quatro filhos, ela tenta a reeleição em pleito marcado para esta terça-feira (11/10).
- Desde sua posse em 2006, contribuiu para garantir a paz na Libéria, para promover o desenvolvimento econômico e social e reforçar o lugar das mulheres - esclareceu Jaglan para justificar a premiação.
Leymah Gbowee, compatriota de Ellen, teve um papel importante como ativista durante a segunda guerra civil liberiana, em 2003.
Ela mobilizou as mulheres no país pelo fim da guerra, organizando inclusive uma "greve de sexo" em 2002. Além disso, ela mobilizou as mulheres de seu país acima das divisões étnicas e tribais, ajudando a garantir seus direitos políticos.
Fonte: G1
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